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Depois da 26ª COP (Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima,), a política alimentar foi oficialmente adicionada à agenda ambiental, como um dos temas principais para se evitar o aumento da temperatura global. Um relatório da ONU, publicado em 2006, relacionou a pecuária às emissões de gases de efeito estufa. Por isso, abolir ou pelo menos reduzir o consumo de carne e laticínios é hoje um dos objetivos da ONU.
Considerando isso, cientistas do mundo inteiro desenvolveram uma dieta de saúde planetária apelidado de EAT-Lancet, que tem como proposta uma redução de 50% na carne vermelha.
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Reduzir o efeito estufa, que causa o aquecimento global, é prioridade para a ONU, e um objetivo não alcançável sem que haja mudanças nos sistemas alimentares. Por isso, alguns países já contam com um plano para mitigar a crise climática, incentivando cada vez mais a dieta vegetal.
Cidades que priorizam a alimentação vegetal
São 20 as cidades engajadas no movimento denominado Tratado Baseado em Plantas, que visa impulsionar e priorizar a alimentação vegetal.
Este Tratado defende a redução do consumo de carne e laticínios para combater as consequências desastrosas da crise climática.
As cidades que participam deste movimento são:
- Boynton Beach – Flórida – EUA
- Los Angeles – EUA
- Edimburgo – Escócia
- Haywards Heath – Reino Unido
- Didim – Turquia
- 14 cidades da Índia (Bhuj, Bhujpur, Jabalpur, Nagpur, Amravati, Thane,Vadodara, Ahmedabad, Bhavnagar, Mundra, Jamnagar, Rajkot, Sonipat, Gandhinagar e Gopalpur)
A mudança em torno de uma política alimentar mais sustentável está em andamento nessas cidades e se alguma cidade quiser fazer parte deste movimento, é só entrar.
Países mais engajados na política alimentar vegana
Além das cidades mencionadas acima, alguns países vêm implantando mudanças em suas políticas alimentares públicas, com o objetivo de aumentar a alimentação à base de vegetai. São eles:
China
A China possui uma população economicamente móvel ascendente de mais de 1,4 bilhão.
À medida que milhões de pessoas ingressam na classe média, a demanda por proteína animal aumentará e a China tem quantidades limitadas de terra arável. Diante dessa realidade o Ministério da Agricultura e Assuntos Rurais da China incluiu na pauta futuras tecnologias alimentares, como a carne cultivada.
O presidente Xi Jinping reconheceu, em um discurso de 2022, que a proteína alternativa é uma medida de segurança alimentar nacional da China. Acordo inesperado EUA-China na COP26 para cortes imediatos de emissões
Dinamarca
As diretrizes dietéticas da Dinamarca incentivam a redução da carne e de laticínios para 350 gramas por semana. Dinamarca quer taxar carne para reduzir efeito estufa
Alemanha
Na Alemanha, o esforço para que os cidadãos consumam menos proteína animal tem apoio político.
Neste país existe o Partido Verde, que faz parte da coalizão governamental no poder, que é a Estratégia Nacional de Nutrição do Ministério Verde de Alimentos e Agricultura e que tem como meta a inclusão de dietas vegetais, especialmente em instalações como hospitais e escolas.
Taiwan
Taiwan está avançando para reduzir drasticamente a emissão CO2 e uma de suas principais medidas envolve a promoção de uma dieta baseada em vegetais.
Dois artigos de um projeto de lei aprovado em Taiwan, tratam das seguintes medidas:
Artigo 8: Afirma que o Conselho de Agricultura deve promover dietas de baixo carbono, como alimentação vegetal
Artigo 42: Propõe que todos os níveis de funcionários do governo promovam alimentos com baixo teor de carbono como forma de combater a crise do clima e que apoiem eventos comunitários que impulsionam dietas de baixo carbono.
Holanda
O Ministério da Agricultura, Natureza e Qualidade dos Alimentos da Holanda divulgou uma Estratégia Nacional de Proteína, atualizada em 2020, com o objetivo de aumentar o cultivo de vegetais ricos em proteínas entre 5 a 10 anos e capacitar o desenvolvimento de proteínas alternativas por meio de apoio financeiro.
- Na Holanda: a primeira do mundo a proibir publicidade de carne
Alimentação saudável e sem crueldade
Em suma, a alimentação vegetal é benéfica em vários âmbitos:
- Promove mais saúde
- Reduz a crueldade e matança dos animais
- Diminui o desmatamento
- Combate a poluição e o aquecimento global
- Ajuda a diminuir a fome no mundo
Abolir a carne é justiça aos animais
Como visto, a mudança climática é o carro-chefe da ONU para diminuir o consumo de carne e laticínios, porém, para os mais sensíveis e que se compadecem com o sofrimento animal, toda essa mobilização sequer seria necessária, pois bastaria abolir a carne e produtos de origem animal.
A produção de carne de laboratório por exemplo, que é uma das políticas fomentadas para a transição vegana, é um paradoxo pois sua produção emite tão ou mais CO2.
Optar por refeições vegetais, variadas e diversificadas (PANCs) faz parte de um estilo de vida mais nutritivo, sustentável e ético.
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