Como elucida Ailthon Luiz Takishima, médico e cirurgião plástico com 30 anos de experiência, falar sobre doenças graves com crianças é sempre um desafio, especialmente quando se trata de algo tão delicado quanto o câncer de mama na família. Quando um familiar é diagnosticado com câncer, é essencial lidar com o tema com sensibilidade, para que a criança entenda a situação de maneira apropriada para a sua idade, sem causar angústia desnecessária.
Este artigo tem como objetivo fornecer dicas sobre como explicar essa doença para filhos e crianças próximas, promovendo uma comunicação aberta e cheia de empatia!
Como abordar o câncer de mama sem causar medo?
Explicar o câncer de mama de maneira simples e honesta é crucial, mas sem expor a criança a detalhes que possam assustá-la. Use uma linguagem que ela possa compreender, levando em consideração a sua faixa etária. Ao falar sobre o diagnóstico, seja claro sobre o que é o câncer, sem rodeios, mas com um tom suave. Explique que o câncer é uma doença que pode ser tratada, o que ajuda a diminuir o medo. Reafirme que, apesar de ser uma situação séria, as pessoas ao redor da criança estão trabalhando para ajudar o familiar afetado, e que o tratamento pode trazer boas chances de cura.
Além disso, conforme destaca o médico Ailthon Luiz Takishima, é importante desmistificar o que pode ser assustador, como as visitas ao médico ou o uso de medicamentos. A criança pode ficar preocupada com a ideia de que a doença está diretamente associada a dor ou sofrimento. Aconselhe que cada pessoa lida com o câncer de maneira diferente, e que muitos se sentem melhor com os tratamentos. Incentive a criança a se expressar sobre o que está sentindo, e deixe claro que é normal ter perguntas e preocupações. Isso ajuda a reduzir a ansiedade, pois a criança se sente mais segura e compreendida.
Como lidar com as emoções das crianças durante o processo?
As crianças podem reagir de maneira inesperada, e é fundamental ajudá-las a entender e expressar o que estão sentindo. Incentive a criança a falar sobre suas preocupações e medos, mas sem pressioná-la. Estar disponível para ouvi-la é essencial, pois o sentimento de segurança emocional é importante para o bem-estar da criança. Também é relevante observar o comportamento da criança, pois algumas podem não saber como expressar suas emoções verbalmente, e podem se manifestar de outras maneiras, como agitação ou retração. Nesse caso, oferecer apoio e espaço para que ela se sinta confortável é uma forma de ajudar.
No mais, é importante validar os sentimentos da criança, seja ela triste, preocupada ou até irritada. Explique que é normal sentir medo ou tristeza diante de uma situação como essa e que essas emoções são válidas. De acordo com o cirurgião plástico Ailthon Luiz Takishima, algumas crianças podem também demonstrar raiva ou confusão, e cabe aos pais ou responsáveis dar espaço para essas emoções, ao mesmo tempo que proporcionam um ambiente acolhedor. A criança deve sentir que, independentemente do que sinta, ela pode contar com o apoio e o amor da família para enfrentar esse momento difícil.
Como garantir que as crianças se sintam incluídas na rotina de cuidados?
Fazer com que as crianças se sintam parte do processo de apoio à pessoa doente pode ser uma boa maneira de aliviar o sentimento de impotência que muitas delas experimentam. Envolver os filhos em tarefas simples, como ajudar a preparar uma refeição para o familiar ou participar de atividades de apoio, pode proporcionar uma sensação de controle e participação. Como expõe o Dr. Ailthon Luiz Takishima, é importante, no entanto, garantir que as tarefas sejam adequadas à idade da criança e que ela não sinta que está assumindo responsabilidades que não são dela.
Outra forma de incluir a criança é permitir que ela tenha pequenos gestos de carinho, como escrever cartas ou fazer desenhos para o ente querido que está em tratamento. Isso ajuda a criança a se sentir útil e a expressar seu amor de uma forma positiva e carinhosa. Também é importante manter uma rotina equilibrada, com momentos de lazer, estudos e descanso, para que a criança não se sobrecarregue emocionalmente. Embora o câncer seja uma situação desafiadora, as crianças devem ter a oportunidade de ser crianças, mantendo suas atividades e interesses habituais.
Criando um ambiente de apoio e compreensão durante o câncer de mama na família
Em suma, falar com crianças sobre o câncer de mama é uma tarefa difícil, mas essencial para que elas compreendam a situação de forma saudável e sem traumas. Com uma abordagem honesta, sensível e empática, é possível explicar a doença de maneira que as crianças possam assimilar e lidar com suas emoções. Ao mesmo tempo, garantir que elas se sintam seguras, ouvidas e incluídas no processo de apoio ao familiar doente contribui para que o ambiente familiar continue sendo um refúgio de amor e compreensão durante um momento tão desafiador.
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